quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Fundação Vox Populi leva as sondagens de opinião às escolas portuguesas

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A Fundação Vox Populi está a promover, a nível nacional, um programa que vai levar a pesquisa de opinião às escolas portuguesas. Trata-se do programa NEPSO, iniciais de “a Nossa Escola Pesquisa a Sua Opinão”. Este programa foi iniciado, no Brasil, no Intitulo Paulo Montenegro, associado do Ibope, com quem a Vox Populi estabeleceu uma parceria.O programa foi apoiado pelo Ministério da Educação que o divulgou nas escolas, facto que muito contrbuiu para o seu sucesso.

A ideia é simples: uma escola, ou um conjunto de escolas, escolhe um tema de pesquisa de opinião para ser levada a cabo nos seus bairros, nas suas freguesias, nas suas localidades, ou até dentro das próprias escolas. Os temas, escolhidos pelas escolas,  serão, em princípio, do interesse da colectividade local, e são muito variados: a segurança, o ambiente, as relações entre as pessoas, a violência doméstica, o emprego, etc… O grupo de pesquisa, adentro da escola, será constituído por professores e alunos. A Fundação Vox Populi dá formação aos professores, acompanha os estudos, responde a dúvidas, resolve problemas. Haverá um "site" totalmente dedicado ao NEPSO, para servir de plataforma à gestão dos projectos.

O projecto NEPSO baseia-se numa metodologia de ensino que propõe o uso dos estudos de opinião como instrumento pedagógico para incrementar a literacia, aumentando os conhecimentos, a capacidade de interpretação dos mesmos, a tomada de consciência e a mudança de atitude dos alunos. É um projecto pluridisciplinar para ser desenvolvido nas escolas por professores e alunos do ensino básico e/ou secundário, envolvendo  professores de diferentes disciplinas, os alunos, a comunidade em que a escola está inserida,  e a comunidade NEPSO/F. VOX POPULI , que promove o programa.

Lançado, em Portugal,  no final de 2010, o programa conta, este ano, com a participação de 62 escolas de todo o país, que abrangem mais de 1800 alunos e mais de 150 professores. Foram recebidos mais de 100 projectos de pesquisa, focados em aspectos de âmbito escolar ou comunitário, designadamente violência escolar, sustentabilidade e ambiente, tabagismo, entre outros.

Participam neste programa escolas dos distritos de Aveiro, de Braga, de Bragança, de Castelo Branco, de Coimbra, de Évora, de Faro, de Leiria, de Lisboa, do Porto, de Santarém, de Setúbal, de Viana do Castelo, de Vila Real e de Viseu. Porto (24 candidaturas), Lisboa (15 candidaturas) e Aveiro (15 candidaturas) foram os distritos com mais projectos apresentados, enquanto que nos distritos de Coimbra e de Viana do Castelo foi submetida somente uma candidatura.

Os autores do estudo de opinião, premiado por um júri nacional, receberão um prémio pecuniário no valor de 5.000 euros e uma viagem ao Brasil (para um professor e um aluno), que contempla a participação no congresso anual do Instituto Paulo Montenegro – IBOPE UNESCO, e que conta com a presença de educadores, de estudantes e de académicos de diversas partes da América Latina e da Europa envolvidos no programa “Nossa Escola Pesquisa Sua Opinião”.

É já neste sábado, dia 15 de janeiro, que vai ser realizado o primeiro encontro de formação, que terá lugar na Escola Alemã, em Telheiras. A Marktest, a Apodemo associaram-se a esta iniciativa e participarão nas acções de formação, as quais versarão sobre as diversas fases dos projectos:

. Explorar o tema
. Definir os objectivos do Estudo
. Definir a quem vão colocar as questões
. Desenhar uma amostra
. Definir como se vai perguntar
. Desenvolver um questionário
. Pré-testar o questionário
. Escolher um tema
. Entrevistar
. Trabalhar os dados
. Tirar conclusões
. Apresentar os resultados
. Dar vida à informação obtida

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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

As razões de criar uma Fundação

A Vox Populi foi criada, por mim e pela minha esposa, em 2008, mas a ideia de criar a Fundação já pairava no meu espírito há muito tempo. Eu queria criar um a Fundação genuína e interventiva aproveitando toda a minha experiência profissional de 35 anos na área de estudos de opinião. Tinha o exemplo do Ibope no Brasil, que criou uma Fundação para usar a pesquisa de opinião como uma forma de intervenção social, nomeadamente através de apoio a programas escolares para a realização de inquéritos locais. Nós já iniciámos uma parceria com eles, e estamos à procura de escolas secundárias portuguesas que queiram implementar esses programas.

Houve também, desde a primeira hora, a preocupação de olhar para os Portugueses que vivem no estrangeiro, e que nós tão mal conhecemos, pois não sabemos quem são, o que pensam, e que relações têm com Portugal e com a Alma portuguesa. E já realizámos, e vamos publicar em breve, o primeiro estudo em França, e queremos realizá-lo em outros países.

Queremos também recolher a opinião dos jovens universitários, e estamos a iniciar o projecto Campus Explorer, com inovações nos temas a tratar e na metodologia da inquirição.

Vamos utilizar as ferramentas de recolha de opinião para auscultar os portugueses e para conhecer a sua sensibilidade relativamente às grandes questões da actualidade. Já lançamos, com o apoio da Marktest, o "Índice Vox Populi" em que os portugueses avaliam regularmente e de forma multifacetada, o “estado da nação”, e estamos a preparar o lançamento de um indicador do "bem-estar" dos portugueses, uma espécie de PIB da Felicidade.

Uma outra vertente da Fundação prende-se com apoio a causas ligadas à sustentabilidade e ao apoio ao desenvolvimento de zonas deprimidas. Neste domínio estamos a apoiar uma associação (Associação Rio Vivo) para contrariar a desertificação de uma freguesia rural (S. Pedro do Rio Seco), e, com esse objectivo, vamos lançar pelo segundo ano consecutivo um prémio para estimular o aparecimento de ideias: o prémio Ribacôa.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Ser solidário

O homem é um ser eminentemente social, e a solidariedade ou a tendência a partilhar com os outros é um impulso natural do ser humano adulto e incondicionado. E, no nosso país, nós vemos multiplicados os exemplos de pessoas com sucesso que, em determinada altura da sua vida, decidiram entregar uma parte dos seus bens para ajudar a comunidade ou para apoiar causas sociais, artísticas ou culturais.

São gestos semelhantes aos que ocorriam na Idade Média que permitiram construir catedrais, igrejas, monumentos ou aos dos mecenas que, no Renascimento, apoiavam e protegiam os artistas. Serão, porventura, estes gestos formas de agradecimento: o empresário, o empreendedor, o artista ou o escritor que acumulam riqueza, assumindo riscos, sabem ter tido, muitas vezes, a boa estrela ao seu lado, ou que o factor sorte os ajudou a construir o seu sucesso. E aquela generosidade será uma forma de agradecer as benesses recebidas.

Haverá motivações de vária natureza, políticas, religiosas, clubísticas ou bairrísticos que impelem à solidariedade. Mas a verdade é que chega na vida de cada um de nós um momento em que nos apercebemos com mais acuidade da transitoriedade da vida, do escasso valor dos bens materiais, e é nesse momento, e face a esse sentimento, que aqueles que têm possibilidade de o fazer, podem ser decidir ser solidários.

Mas tenho constatado, através dos exemplos que todos conhecemos, que são sobretudo as pessoas que criam directamente a riqueza com o seu esforço e o seu trabalho que normalmente a repartem com os outros. Vejo, por exemplo, mais frequentemente um empresário que trabalhou e acumulou riqueza toda a sua vida praticar actos de solidariedade, do que os herdeiros das grandes fortunas, e que pouco ou nada fizeram para as angariar. E isto, quanto a mim, mostra que esses empreendedores não são, nas suas realizações, apenas motivados pelo dinheiro e pela ambição.

No mundo competitivo dos negócios, às vezes, as vitórias de uns são conseguidas à custa das derrotas de outros. E a acumulação da riqueza, resulta da contribuição do trabalho de muitas pessoas, para além do empresário que dela usufrui. E há uma altura na vida das pessoas que pode surgir o impulso reconhecer esse contributo, e a forma encontrada para tal consiste em "devolver" à sociedade parte daquilo que ela lhes deu.

Em alguém, como foi o meu caso, que nasceu numa família humilde de uma aldeia do interior, e que singrou a pulso pela vida fora, congregam-se muitos dos motivos que apontei para ser solidário. Eu conheci os tempos de escassez, tive ambição de ir mais além, arrisquei e fui beneficiado pela sorte, tive o privilégio de ter encontrado colaboradores excepcionais que me ajudaram. E ainda por cima fiz na vida o que gostava, e tenho uma família que sempre me apoiou.

Por isso, e de alguma forma, eu tinha de agradecer.